terça-feira, 27 de março de 2007

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Mudando um pouco de assunto.


Sexta-feira aconteceu no Odeon a abertura do É Tudo Verdade com a exibição de “Santiago”, novo documentário do João Moreira Salles . Vou deixar o filme pra lá. Bizarro mesmo foi a apresentação. Já fui preparado para encontrar um espetáculo deprimente, mas confesso que não esperava tanto.


Eu, que adoro uma bebida de graça, não consegui nem ficar para o coquetel, tamanho o mal-estar que sentia. Saí completamente desesperançado e assim me encontro até agora. Não mais me enganarei. O evento serviu para enterrar de vez as minhas ilusões e me mostrou que já não há mais salvação para essa vila e para esse País.


Julgando o que foi dito no palco do Odeon antes da exibição do filme, nossos intelectuais, nossos administradores de fundos de cultura públicos e privados, nossos secretários de cultura só têm qualificação mesmo é para trabalhar como atendentes de telemarketing. Falam muito e muito, mas muito mal. Não carregam nenhum traço de ousadia em suas posições, só vomitam o mais enfadonho e retrógrado óbvio. Triste. Cada vez que um figurão abria a boca no palco eu me afundava mais, assombrado, em minha cadeira.


Só senti uma certa tranquilidade quando chamaram Luiz Paulo Conde, nosso atual Secretário Estadual de Cultura, para dizer algumas geniais palavras. Conde mostrou toda a sua decrepitude ideológica e física. Fiquei satisfeito de saber que sua existência incômoda não durará muito.


Deveria ter percebido desde o início que a sessão não seria de graça.


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