sexta-feira, 22 de junho de 2007

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A Folha de São Paulo continua com uma cobertura um pouco mais crítica do Pan. Os jornais do Rio só pegam no pé da organização quando os problemas ficam descaradamente expostos. Essa matéria é só para assinantes, por isso colo ela inteira aqui.


São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

Vizinhos afirmam que Engenhão é "bonito de se ver, difícil de se conviver"

DA SUCURSAL DO RIO

Amanhã, a menos de três semanas do Pan, o estádio João Havelange, construído para os Jogos, será alvo de uma passeata/carreata de protesto feita por moradores do Engenho de Dentro (zona norte do Rio). Para criticar o Engenhão, que abrigará atletismo e futebol, a Amete (Associação de Moradores do Entorno do Engenhão) adotou um lema: "É bonito de se ver, difícil de se conviver".
Uma parte feia de se ver -e ruim de sentir o cheiro- é um lixão que cresce diante da bilheteria da ala norte, que é alimentado até pela própria prefeitura. Pedaços da antiga calçada da rua das Oficinas, que está sendo trocada, foram para o terreno.
A Secretaria Municipal de Obras informou que irá apurar se os entulhos são dos serviços ao redor do estádio. Segundo a secretaria, as obras trarão melhorias significativas na drenagem da região, além da urbanização.
A favela Belém Belém se expande pelo terreno, sem saneamento básico. Moradores dizem que ratos e mosquitos são fartos no local.
Na rua Henrique Scheid, o piso de muitas casas ficou abaixo do nível das calçadas, o que dificultará o escoamento da chuva. Por causa das obras, os moradores enfrentam quedas de energia.
"Falam que nossos imóveis vão valorizar em 20%. Só vejo desvalorização", diz Marcos Barros, 46.
Anteontem, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) confirmou que 18 ruas do entorno serão interditadas durante o Pan. Moradores sem garagem terão de estacionar longe de casa.
Ainda há o medo de violência nos jogos de futebol e a frustração com a não-realização, até agora, de uma série de projetos, como um novo sistema viário.
"Não recebemos nenhum benefício prometido. Não houve estudo de impacto de vizinhança", diz o presidente da Amete, Anibal Antunes.
"É sempre assim com todas as obras grandes. Os moradores tentam tirar vantagens para seu bairro. Isso é democrático. Assim como fazer passeata", disse o prefeito do Rio, Cesar Maia.


Domingo passado, voltando para casa, peguei um ônibus que vai pelo subúrbio, margeando a linha do trem e passando bem perto do Engenhão. Deu para notar que tem muito entulho na rua. Há trechos sem calçada transitável. Dentro de uma estação, a mais próxima do estádio, tudo estava muito arrumado e limpo. Fora, porém, o cenário era o oposto. Muitas obras inacabadas, muito tapume, pouco lugar para pessoas andarem.


Como sempre, Cesar Maia só fala merda (negrito meu no texto). Como assim tirar vantagem? Só o acéfalo prefeito consegue imaginar e realizar obras que não tragam vantagens.


Minha consciência continua em paz. Nunca votei nesse monstro. Já os cariocas...


Só me resta dizer bem feito. Vamos ver se esse povo aprende com o sofrimento.


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