Aos poucos a farsa vai aparecendo.
Nunca foi novidade, mas para o lesado raciocínio carioca as coisas não são tão óbvias. Mais cedo ou mais tarde a situação se torna incontornável e incontrolável, incômoda demais para ser negada e, o que é pior, impossível de ser resolvida. Só a preguiça e a idiotice explicam esse comportamento típico de avestruz que, de uma hora para outra, resolve assumir que o mundo que está a nossa volta é mesmo uma grande merda. Mas essa constatação incansavelmente negada agora já não pode produzir nada além de reclamações e exclamações.
Tarde demais pra ações. Nossa vila deixou o tempo passar enquanto estava envolvida com suas hipocrisias e preconceitos. Não há mais nada para se fazer a não ser esperar pelo desmoronamento.
Não é mais uma questão de jogar praga ou sabotar o funcionamento desse insípido vilarejo. Não, esse tempo nunca existiu e agora não é mais necessário. A coisa degringolou e já vai se autodestruir sem que seja requisitado qualquer tipo de intervenção.
O Pan chega em breve e com ele mais farsas desvendadas. Não precisa se levantar e esboçar qualquer tipo de reação. Diante do inevitável o melhor é assistir sentado.
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